sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Poder da Morte

Impressionante como é frio o poder da morte.
Não há aconchego e as noites são longas.
Evidente solidão do abraço que se ama.
O nada é tudo que persiste em volta.

Impressionante como é escuro o poder de morte.
As cores se esvaziam em sua presença trágica.
Os olhos, confusos, nem se sabem, nem se abrem.
A cor da dor é simplesmente cinza

Impressionante o silencio imposto pelo poder morte.
Música de calar a renitente sinfonia da alma.
Gritos e gemidos, que se propagam pelo avesso.
Pausas de vida que sangram toda hora.

Muito mais impressionante que o poder da morte é o da vida!
Torna e retorna toda vida simplesmente dela.
Uma vida vale sete, sete vidas umas tantas belas!
Todas as luzes, músicas, cores são certas.

Não há um instante da vida que não seja belo.
Repleto de si e de tudo como um infinito transborde.
Sons dos tons que se harmonizam tantos acordes.
Que a vida de tanta vida, se exagera.

Se tiver que viver tanto e um dia encontrar a morte.
Que seja acompanhado de toda a vida que carrego.
Dançar a valsa sombria do último pressentimento.
Até que ela desista de escurecer o dia eterno!

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