quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quase um Adeus!

Ouça o que eu tenho para lhe dizer
Mesmo que já tenha sido dito
O momento é necessário apesar de maldito
Todo mundo precisa ouvir “adeus” para entender que acabou.

O tempo passa como gotas que caem do meu rosto
Uma após a outra, lágrimas de marcar estações
Cobrando seu pedágio por todas as sensações
Boas ou más, sempre intensas, mesmo que não sentidas

Tempo. Lugar de guardar as coisas que na vida acontecem,
Organizador da coexistência de todos os momentos
Que em cada um de seus muitos compartimentos
Guarda tudo, na síntese errante de um único ser

Somos o resultado tangível do invisível que vivemos
Existências irreais dos sentimentos carnalizados
Emoções construídas em peitos dilacerados
Sintomas de som, calor, suor, pele, beijo

Você aprendeu a viver com a dor de existir
E me ensinou a conviver com o absurdo da solidão
Amor sentido nos sentidos, sempre não
Retidos todos, ressentido coração.

Agora, eu, peso o peso do caminho percorrido,
E você, leve o leve do caminho que nos resta
Enquanto escrevo, a paciência insiste, a dor me testa
Deixo que tudo seja como simplesmente tem que ser.

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